ROTA DAS JUDIARIAS

TRANCOSO

Trancoso

A cerca de 860 metros de altitude, entre a Serra da Estrela e o Vale do Douro, Trancoso viu fundado o seu castelo, nos séculos VIII-IX. Desde cedo que o então Rei de Portugal D. Dinis sentiu Trancoso como um lugar especial, celebrou aqui as bodas com D. Isabel de Aragão – a nossa padroeira Rainha Santa – ficando o acontecimento imortalizado com a construção da capela de S. Bartolomeu.

D. Dinis também mandou construir as muralhas que ainda hoje protegem a povoação e rodeiam esta vila medieval. Nestas muralhas conviveram cristãos e judeus.

A presença da comunidade judaica em Trancoso é anterior ao reinado de D. Pedro I, este monarca concedeu-lhe, em 1364, judiaria apartada. No século XV a população judaica cresceu e tornou-se mais numerosa que a comunidade da Guarda. Este facto é confirmado pela necessidade de os judeus tiveram em ampliar a sinagoga, o pedido foi efetuado ao rei D. João II em 1481. A presença judaica está patente na Casa do Gato Preto, na réplica de uma antiga sinagoga, no Centro de Cultura Judaica Isaac Cardoso.

Trancoso tem um dos mais expressivos Centros Históricos do país, visitado anualmente por muitos milhares de pessoas. Destacam-se, as Igrejas paroquiais de Santa Maria e de S. Pedro, a Casa dos Arcos, de séc. XVI, a Igreja da Misericórdia, a Casa do Gato Preto, um curioso edifício do antigo Bairro Judaico e o Pelourinho, estilo manuelino.

Muitas são as lendas e personalidades históricas que permanecem gravadas na memória coletiva de Trancoso. O caso de Gonçalo Anes Bandarra (1500-1556), sapateiro, poeta e profeta que foi responsável por continuarmos à espera que D. Sebastião apareça numa manhã de nevoeiro, imagem que transcende a imaginação quando olhamos para as Portas d’El Rei numa densa manhã de Inverno.

As belas paisagens naturais de Trancoso são complementadas pela riqueza do património! Sepulturas rupestres antropomórficas, que não nos deixam esquecer a história e um romântico parque municipal com mais de 40 espécies de arvores, entre as quais sequoias gigantes.

Quanto à gastronomia esta é rica e variada, castanhas, nozes, queijos, enchidos são produtos da terra.  O ensopado de míscaros, as sardinhas doces de Trancoso, receita conventual do Convento de Santa Clara é impossível não provar.